O cinema como ferramenta contra o racismo

A utilização de filmes como recurso didático contra o racismo é uma ferramenta importante para a promoção da igualdade nas relações étnico-raciais e também para a aplicação da Lei Nº 10.639/03, que modificou a Lei nº 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), tornando obrigatória a abordagem da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação básica em todas as instituições de ensino do Brasil. 

Diversos países e instituições seguem lutando com mais intensidade contra a discriminação, seja com leis mais abrangentes, punição mais severa aos crimes cometidos, divulgação dos casos na mídia e na ampliação e reflexão através de produções cinematográficas, das quais podem fazer um retrato na realidade e estimular a consciência crítica.

Neste sentido, o Cine Vila Rica indica alguns filmes que tratam do tema: 

O Caso do Homem Errado

A cineasta Camila de Moraes é um dos grandes expoentes atuais do campo cinematográfico. Ela é a primeira mulher negra brasileira a ter um longa-metragem cotado para representar o Brasil no Oscar 2019 na categoria melhor filme estrangeiro com O Caso do Homem Errado. A obra apresenta a história do operário Júlio César que foi confundido com um assaltante e foi executado pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em 1987. Esta mesma produção venceu o Festival Internacional de Cine Latino, Uruguayo y Brasileiro na categoria Melhor Filme. Camila também dirigiu o curta A Escrita do Seu Corpo, em 2016, que versa sobre as questões de identidade racial e gênero. 

Brasil DNA África 

O documentário Brasil DNA África, de 2016 e direção de Carlos Alberto Jr., narra o processo de resgate da origem de cinco cidadãos que embarcam aos países dos seus antepassados, na tentativa de saber mais sobre as etnias ancestrais do povo brasileiro. 

Parece Comigo 

O curta-metragem Parece Comigo, de 2016, com direção de Kelly Cristina Spinelli, dialoga sobre a representatividade negra na indústria de brinquedos. Possui depoimentos de artesãs, artistas e pesquisadoras. 

Bando, um filme de 

O documentário com direção de Lázaro Ramos e Thiago Gomes, lançado em 2018, conta a história dos 28 anos do Bando de Teatro Olodum, a companhia de teatro negra de maior longevidade da América Latina. 

Cidade de Deus

Dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, Cidade de Deus, que foi lançado em 2002, mostra a vida nas favelas do Rio de Janeiro na década de 1970, com foco na vida do fotógrafo Buscapé, interpretado pelo ator Alexandre Rodrigues, que através da sua arte tenta romper com os desafios e perigos do mundo. 

12 Anos de Escravidão

O longa-metragem de 2018, tem direção de Steve McQueen, e foi o vencedor do Oscar na categoria Melhor Filme, em 2014. O filme tem como cenário a vida de Solomon Northup, interpretado pelo ator Chiwetel Ejiofor, um jovem livre e que vive com tranquilidade junto aos filhos e sua esposa no ano de 1841. A vida do rapaz muda completamente quando ele é sequestrado e vendido como um escravo, vendo a sua vida mudar por completo sendo uma vítima do sistema extremamente racista da época e que deixou sequelas na sociedade até hoje.