Mostra Cinema Negro e Periférico de Ouro Preto

Durante os dias 11 a 14 de dezembro no Cine Vila Rica

Durante os dias 11 a 14 de dezembro no Cine Vila Rica, ocorrerá a Mostra de Cinema Negro e Periférico de Ouro Preto. A mostra contará com filmes Antirracismo, estreias, bate-papo, ação antirracista em Ouro Preto.

A ideia para a Mostra de Cinema Preto Periférico, segundo Ben Hur (estudante da UFOP), idealizador da Mostra, surgiu após vivenciar episódios de racismo em Ouro Preto, onde percebeu que, como uma pessoa da favela, não teria os recursos financeiros e a influência moral para enfrentar tais situações. Diante do racismo estrutural que limita a presença negra, especialmente periférica, em ambientes intelectuais, buscou criar uma iniciativa inspirada nas vanguardas tropicalistas e antifascistas da época da Ditadura militar. O objetivo é dar visibilidade à arte preta, de forma sutil, mas eficaz.

Ben Hur, o criador da Mostra, deseja equipará-la em potência à Mostra de São Paulo e ao Festival de Brasília. Ele aspira trazer um protagonismo negro para o campo intelectual, seguindo o exemplo de figuras como Abdias do Nascimento e Marku Ribas. Não se considera apenas um militante, mas um quilombista e abolicionista moderno, almejando criar um Palmares no cinema brasileiro. Sua missão é destacar jovens periféricos nas próximas edições da mostra, proporcionando visibilidade ao povo preto oprimido, seja nas ruas, nas salas de aula, combatendo a discriminação de professores e alunos racistas. Além disso, busca dar voz ao povo LGBTQIA+ que enfrenta extermínio diário e à população nativa, reivindicando a pertença deste país. A proposta é recriar Palmares e promover uma representação diversificada e inclusiva no cenário cinematográfico brasileiro.

Ben Hur também irá apresentar o seu curta-metragem Pandemias MMXXIII

Sinopse oficial: Dentro de um isolamento social, um aspirante à cineasta usa de sua câmera para relatar a luta dos pais (dois ativistas dos direitos humanos) inspirados pelo programa de erradicação da fome dos Panteras Negras norte-americanos à alimentar sua periferia na maior crise sanitária da história. O filme destaca o trabalho humanitário dos pais de Ben-Hur, ativistas que lideram um projeto de distribuição de alimentos na comunidade. Em meio à crise de saúde global, a produção explora como a família resistiu, não apenas enfrentando os desafios da pandemia, mas também como uma voz ativa na luta contra a fome e a falta de emprego na periferia.

Além disso, “Pandeminas” aborda a questão da falta de emprego nas favelas brasileiras, e como muitos trabalhadores viram seus meios de subsistência ameaçados durante a crise. O curta-metragem também oferece uma reflexão sobre a chamada lockdown e como as medidas restritivas afetaram os trabalhadores periféricos, que muitas vezes resistiram continuando a trabalhar para sustentar suas famílias.
Pandeminas foi gravado inteiramente no Morro das Pedras durante a pandemia, sem leis de incentivo. Com uma câmera barata que segundo Ben Hur, sua mãe comprou e daí resolveu usar pra mostrar a situação caótica de seu bairro de origem. O curta aborda como a favela lidou com a pandemia e como seus pais, dois ativistas dos direitos humanos advogaram pela erradicação da fome mesmo sabendo que poderiam morrer. O curta é uma carta de amor aos seus pais, aos trabalhadores da linha de frente da covid-19, ao SUS e ao seu bairro, Morro das Pedras.

Programação completa:

11/12:
18h – Abertura com o curta Pandemias

12/12:
16h – Do the right thing
19h – Marte um

13/12:
15h – Malcon X
19h – Uma onda no ar

14/12:
15h – Ela volta na quinta
19h -Branco sai Preto fica

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